ANO VI

ANO VI

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Síndrome do apoio incondicional

Considero nossa torcida um exemplo. Exemplo em quase tudo. Pelo apoio incondicional que damos ao time, criou-se uma relação bem próxima com os jogadores nesses últimos dois anos. Relação que emociona experientes da bola e principalmente a torcida, que se sente interagindo com o atletas e melhor: nota a reciprocidade em cada gesto ou olhar.
Mas como cada ação gera uma reação, este procedimento de "apoiar sempre" gerou um efeito colateral grave em nossa direção: a acomodação. Acomodação esta que faz com que nossos dirigentes não entrem com convicção e decisão nas negociações mais complicadas. Parecem sem emoção ou indecisos. Ou estão sem convicção nos conceitos que eles mesmos elaboram...
O caso do Diego Souza é um exemplo claro de indecisão. O Grêmio não exerceu a opção de compra do jogador na data prevista, para quase 15 dias depois, mesmo com o dinheiro exigido pelo Benfica, perder o atleta. Por que não contatou os investidores antes de 31 de dezembro? Motivos: Porque queria reduzir o valor ou porque não tinha certeza que queria o jogador.
Depois de iludir a torcida e de distribuir frases do tipo: "Se ficar no Brasil, o Diego só joga no Grêmio", o mínimo que o Sr. Pelaipe deveria fazer era uma boa contratação rápida. Fechar com um atleta interessante para o time de maneira ágil e discreta, mesmo que fosse além do investimento previsto, até mesmo para aliviar os ânimos. Mas acontece que ele sabe que os ânimos não estariam alterados...
Paulo Odone, Paulo Pelaipe e cia. estão num plano superior para grande parte da torcida, por terem tirado o Grêmio da segunda divisão e levado a um vice campeonato continental. Concordo: essa direção tem muitos méritos, mas se não houver ambições, vamos acabar no ostracismo ou ficarmos obsoletos, estacionados à sombra do nosso rival.
A direção entede que esse apoio incondicional estende-se à eles e sentem-se tão imortais quando próprio Grêmio. Se mostram tão seguros que estão alheios às sugestões, críticas ou apelos da sua torcida.
O que parte da torcida deveria lembrar é que o time de 2005 foi montado pelo Mário Sérgio num primeiro momento e pelo Sr. Renato Moreira no segundo semestre.
A torcida deve entender que ser campeão da segunda divisão, ser vice da Libertadores e campeão gaúcho não são títulos do tamanho do Grêmio e que, desde 1981, o jejum de títulos a nível nacional não era tão grande.
O Grêmio precisa de títulos, não de declarações irônicas, chavões ou frases feitas.
Chega de acomodação. Apoio incondicional, só pro time!

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